
Aquelas palavras cairam-me no peito como facas. Hesitei entre atacar ou ignorar.
Escolhi a segunda. Deixei, durante uns breves minutos, que aquelas palavras se dissipassem no tempo. Talvez se apagassem...
Outras palavras seguiram-se a essas. Cada uma pior que a outra. E cada uma a atingir-me com o propósito de me magoar.
Ou será de me afastar?...
Tenho dito, eu própria, palavras com a única intenção de reconfortar. Em troca recebo hostilidade.
Desiludo-me.
Repenso naquilo que procuro. Naquilo que quero. Naquilo que posso dar. E receber.
E sinto tristeza.
Porque as palavras que já foram ditas não voltam atrás. E podemos empurrar isso para um canto, esquecer, emaranhar essas noutras mais profundas...
Ou serão mais superficiais? Palavras enfeitadas...
E de repente surge o perdão, não sabendo bem perdão de quê nem porquê. Nem para quê... se as palavras já foram ditas?!
Remedeia-se o mal?
As palavras são como golpes de facas. Uma vez ditas, nunca são esquecidas. Podem deixar de magoar mas a cicatriz está lá, para nos lembrar que, um dia, foram proferidas.