...Rita acordou bem disposta.
Depois do duche matinal, abriu o guarda-fatos e olhou pacientemente para a roupa que pendia nos cabides. Pensativa, retirou de lá as suas jeans preferidas, e uma blusa de cetim verde. Gostava de usar aquela cor, pois realçava a cor dos seus olhos. Era um look simples e indicado para o dia de trabalho que se avizinhava.
Abriu a gaveta da lingerie, e retirou o seu melhor soutien, preto, e a tanga condizente. De seguida, vestiu-se apressadamente enquanto olhava para o relógio. Deu um jeito ao cabelo, mas nada que valesse a pena a preocupação, pois o seu cabelo era indomável. Ela gostava dele assim e era, aliás, um dos traços que a caracterizava.
Frente ao espelho, passou à tarefa de se maquilhar. Era aqui que gostava de despender mais tempo. O resultado era sempre perfeito e, no fim, vaporizou um pouco de perfume no pescoço e ficou a olhar para a gota que escorria até ao meio dos seios. Sorriu.
Calçou uns sapatos de salto alto, pegou num casaco, na carteira, nas chaves e saiu à pressa, mas não sem antes dar um relance no espelho da entrada.
Sentia-se bonita.
Depois de estacionar, dirigiu-se ao pequeno café que existia ao lado do seu escritório, para tomar o café habitual. Quando entrou, entoou um alegre “bom dia” ao rosto familiar que estava atrás do balcão, acompanhado de um sorriso, e foi-se sentar.
Enquanto aguardava pelo seu café, retirou da mala a sua agenda e verificou as tarefas para esse dia.
Iria ter uma reunião daí a 15 minutos, com um cliente novo, que tinha ligado no dia anterior. Pelos vistos era alguém importante, tal foi a ênfase dado ao assunto que tinham falado por telefone.
Quando a empregada lhe deixou o café na mesa, ela ergueu a cabeça e agradeceu de forma simpática, ainda com um sorriso no rosto.
Apercebeu-se então de um indivíduo que estava sentado na mesa ao lado. Não era um rosto habitual naquele espaço, e isso chamou-lhe a atenção. Era um homem bastante atraente e com ar distinto e parecia-lhe um pouco desenquadrado do ambiente. Apesar de intrigada, voltou a olhar para a agenda e concentrou-se no que estava a fazer ao mesmo tempo que mexia o café.
Na mesa ao lado, João reparou nela assim que ela entrou. O sorriso dela e a voz melodiosa eram impossíveis de passar despercebidos. Era uma mulher atraente, transbordava auto-confiança e isso agradava-lhe.
Vira-a a olhar para ele, mas fingiu estar ocupado a ler os cabeçalhos do jornal que jazia na mesa. Só quando ela baixou os olhos em direcção à agenda, é que voltou a olhá-la. Não conseguia evitar.
Rita terminou de beber o café, pegou na carteira e deixou uns trocos. Levantou-se e dirigiu-se para a porta, enquanto se despedia das pessoas conhecidas com um “obrigada e até logo”.
João reparou que ela tinha deixado os óculos em cima da mesa e apressou-se para pegar neles e chamá-la
“Desculpe”, disse ele enquanto se levantava apressadamente “Os seus óculos!”. Ouvindo-o, ela parou e voltou-se. “Que cabeça a minha”, disse ela fixando os seus enormes olhos azuis que a deixaram hipnotizada. Ele estendeu a mão para os dar, e ela estendeu a dela para os receber, sem deixarem de se olhar.
“Obrigada” disse ela com um sorriso. Baixou a cabeça e foi-se embora com aquele olhar azul penetrante na cabeça.
João voltou para a sua mesa e viu-a a afastar-se até que ela desapareceu.
Já instalada no seu escritório, foi interrompida por Leonor, secretária na empresa mas sobretudo uma grande amiga, que anunciou: “O cliente já chegou”, enquanto entreabria a porta do gabinete e lhe lançava um olhar cúmplice. Rita olhou para ela e não entendeu a indirecta, mas respondeu “Manda-o entrar, por favor”
“É para já!” respondeu Leonor “E vou fazer questão de que não sejam interrompidos”, continuou ela com olhar malicioso.
Rita ficou admirada com aquela tirada, mas rapidamente percebeu onde ela queria chegar, quando viu o cliente que tinha acabado de entrar.
João dirigia-se a ela com um sorriso discreto no rosto, agradavelmente surpreendido.
“Voltamos a encontrar-nos”, proferiu ele.
“Pois parece que sim… respondeu ela, meio embaraçada”.
Deram um aperto de mão demorado, o que a deixou nervosa, e encaminhou-o para a pequena mesa de reuniões daquela sala, onde se sentaram frente a frente.
Ela sentia o seu perfume. Era intenso. Como ele. Como os olhos dele.
Ele disse algo mas ela não ouviu. Estava presa naquele olhar.
O telefone tocou, e ela despertou. Levantou-se, pedindo desculpa, e foi atender. “Sim… mas agora não pode ser, estou numa reunião”.
João observava-a falando, movendo-se, ajeitando os óculos na cara, e estava fascinado com a beleza dela. Apetecia-lhe beijá-la.
Quando ela se foi sentar, após ter desligado, ele ergueu-se e agarrou-a. Aproximou os seus lábios aos dela e ficou ali parado, à espera que ela desse permissão para lhe tocar.
(continua)
Stop the world, I wanna get out!
Há 8 meses
5 comentários:
Porrra acabas sempre na melhor parte... ;)
Beijo Secreto
Mas que bela manhã se avizinha... ;)
Beijos
Hum será que ela vai permitir?
Espero q permitas tu... Um beijo do..
Gato
excelente contadora de historias, ja pensaste em fazer carreira como escritora de livros eroticos :))
beijo secreto
assim é que é giro ;)
beijo
algures
bela manha, tarde, noite... :p
gato
um beijo também para ti
alzira
quem sabe, um dia?
tenho é de fazer mais pesquisa... muita mais! ;)
beijo
Enviar um comentário