segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Consciente...

...da tua presença na sala, comecei a tirar a roupa. Andares de um lado para o outro, preparando as coisas, foi uma ajuda para não me sentir intimidada.
Sei que não tinha razão para tal. Já me tinhas visto nua, inúmeras vezes, e sempre me senti à vontade ao pé de ti, sem aquelas preocupações típicas de ter ou não tudo no sítio.
Sei que sempre me aceitaste assim, por isso não me inquietei.
Quando tirei o soutien, respirei fundo e perguntei-te onde me querias. Fiquei de frente para ti. Senti-te olhar-me e tive vontade que me tocasses.
Naquele preciso instante, apesar de não ter sentido as tuas mãos na minha pele, senti o teu olhar na minha alma.

E fiquei quente.

Sentei-me e esperei que me desses ordens. Observavas-me através da objectiva, na busca do melhor ângulo. Ajustaste a luz e pediste-me “Afasta o braço”.
Obedeci-te.
Um disparo surgiu no silêncio e na escuridão daquela sala.
Esperei que me dissesses que já me podia mexer. E então ergui-me.
Outra posição, outra recomendação, outra captação de um momento.
Outro click.

Sentia-me bem naquele papel. Era fácil. Bastava manter-me quieta e esperar que a objectiva me acariciasse.
Ou tu.
Pediste-me para me deitar, mas o sofá era pequeno e não facilitava.
A máquina apontava para o meu corpo e espreitaste por trás da objectiva. Não satisfeito, aproximaste-te de mim.
Uma mão quente tocou no meu ombro e encaminhou-o para uma posição mais favorável. Moldaste-me à tua vontade.
E então outro click rasgou aquele silêncio que se tornava cada vez mais lascivo.

“Agora levanta-te”
Como sempre, obedeci.
A um metro de ti, tive vontade de me despir totalmente.
Tive vontade de sentir a tua respiração contra o meu pescoço.
Tive vontade de sentir a tua língua nos meus mamilos.
Tive vontade de sentir os teus dedos a explorar sítios demasiado recônditos para serem captados por uma imagem.
E tive vontade que me desejasses...

Pediste para me voltar, e fiquei de costas para ti. Perder o contacto visual deixou-me inquieta, mas ao mesmo tempo sabia que podia confiar.
O disparo da máquina denunciou que continuavas absorvido pelo propósito daquela sessão.
Baixei o rosto e fixei um ponto no chão, sonhadora. Será que não entendias o quanto eu te desejava?

A ausência de movimento nos segundos seguintes, fizeram-me erguer a cabeça para ver o que fazias. E nesse preciso instante senti a teu calor perto de mim, e os teus dedos que, delicadamente, pousavam no fundo das minhas costas.
Todo o meu corpo foi percorrido por uma onda de choque que me imobilizou, o meu coração acelerou.
Finalmente, senti o teu sopro na minha pele.
Os teus dedos transformaram-se numa mão inteira e, sem dar conta, essa mão transformou-se em dois braços que me envolveram.

Senti o teu tesão, e sorri para mim mesma por saber que ainda te deixava assim.
E foi então que deixei de pensar, para me entregar por completo a ti.
A tua boca oferecia-me os beijos pelos quais tanto ansiava, há demasiado tempo.
Deixei que redescobrisses o meu toque, o meu sabor, o meu cheiro, fazendo-te reviver momentos passados.
A linha do racional há muito que tinha sido ultrapassada, por isso naquele instante só nos restava cair nos braços da luxúria.
Queria-te, e tu sabias. E a minha dúvida que permanecera até então - se o teu desejo continuava inabalável – dissipara-se como uma nuvem de fumo no preciso instante em que me olhaste nos olhos.

Ajoelhaste-te à minha frente, com as mãos a agarrar-me os quadris, e percorreste o meu ventre com a boca.
Deliciei-me e gemi de prazer quando os teus dedos abriram caminho por entre as pregas de tecido da minha vulva, para de seguida me brindares com o toque da tua língua.
Era maravilhoso. Quase que já tinha esquecido a sensação de me lamberes e sugares…
Fizeste-me vir.
Ondas de prazer pairaram no meu corpo e, enquanto eu gozava, tu ergueste-te e beijaste-me com os teus lábios ainda humedecidos com os meus fluidos.
Sentia a tua excitação e impaciência, e puxei-te mais para mim. O teu sexo duro, ainda dentro da roupa, roçava no meio das minhas pernas, quase suplicando para sair dali.
Cheia de mestria, desapertei-te as calças e, delicadamente, fi-lo saltar para fora.
Aquele membro tumescido sempre me deixou perdida. E estava a deixar-me perdida naquele momento.
Guiando-o com a mão, fiz-te entrar em mim. Gemi, tal como sempre me fizeras gemer ao penetrar-me. Nunca consegui descrever essa sensação… sentia-me tão preenchida…

O teu corpo ondulava à minha frente, lentamente, e eu deliciava-me olhando para ti, com o teu jeito perdido, não resistindo, querendo mais, fodendo-me como sempre desejaras.

As imagens não ficaram registadas numa máquina, mas ficaram na minha mente. Pergunto-me, no entanto, se terá sido real ou apenas um sonho…

16 comentários:

666 disse...

Muito bom!
Embora sonhado...

Pedro disse...

Bom texto, sonhado ou não, provoca sonhos e desejo!

Pedro

Atractor Estranho disse...

Upa upa...
Isto aquece... ;)

Anonymous disse...

Bela descriçao,nao pode ter sido tudo ficçao,pois nao?Ha mta realidade aí.De repente fiquei com uma vontade enorme de tocar e ser tocada,espero k ninguem entre no meu gabinete,senao vai ter de colaborar.
Bjs
F.A

Zexorcista disse...

Fica a dúvida... realidade ou ficção? :)

DC disse...

F.A
ora nem mais... ;)

eu é que não posso contar tudo, não é? senão ficam a saber tanto como eu...e ele... :p

Borboleta Endiabrada disse...

Com textos destes, tb eu fico quente!!

beijinhos endiabrados

Mulher Pecadora disse...

bem.. vai la vai ;)

Fogo disse...

De repente fiquei com imensa vontade de envredar pela carreira fotográfica

Suicidio Cultural disse...

Ehehehe! Erotismo piroso.

Borboleta Endiabrada disse...

tens uma coisinha no blog!!


beijinhos endiabrados

Algures em Nenhures disse...

Boommm... Muito bom!

Há coisas que não precisamos de dizer se são verdade ou não! ;)

(afinal...)

Beijos

(embora mais ausente, não estou desaparecido!) ;)

ALZIRA disse...

fantasia?, realidade?, mistura dos dois? não interessa, foi mais uma bela descrição de um belo momento, que mexe com qualquer um, e do qual, gostariamos de ser os protagonistas.
bjs

Popper disse...

Ficção? Bem esgalhado, sim senhor. Abraço.

piggy disse...

...e quantos dos nossos sonhos tão reais que nem queremos nunca acordar ...?!

;)

Shelyak disse...

Aiiiiiiiii que fazer com tal descrição que, para além de tão bem escrito, nos deixa em divagações bem altas, profundas, sei lá mais (ou sei!) ?
Beijinhooooooooooo