terça-feira, 2 de setembro de 2008

Ter-te um pouco

Pegaste em mim pela mão e saímos do edifício. Para trás ficava uma conferência que não tinha sido mais que uma desculpa para nos encontrarmos. E que tinha servido o seu propósito.
O nervoso continuava dentro de mim, porém a calma que me transmitias era tanta que eu estava disposta a te seguir, sem perguntas.
Fomos para o estacionamento e entrámos no teu carro.

As palavras eram mudas e apenas os olhares que trocávamos, e o sorriso que esboçava de ambos os rostos permitiam viver aquele momento com serenidade.
Fui para onde me levaste.


Subimos a um 4º andar de um prédio antigo e sombrio, por um elevador que guinchava e abanava efusivamente deixando-me, momentaneamente, com o coração nas mãos. A tua mão acariciou-me o rosto, e mais uma vez sorriste para mim.
O soalho rangia a cada passo e parámos frente a uma porta igual a todas as outras.
Quando a abriste entrei num mundo novo.

O ambiente em nada tinha a ver com o prédio. Era sereno, moderno e minimalista, e imaginei que realmente tinha tudo a ver contigo. Entrei, curiosa.
Um sofá escuro ocupava o meio da sala, e encostada à parede havia uma secretária coberta de papéis. Um portátil espreitava por entre eles, e sorri por te imaginar lá sentado a falar comigo.
Não resisti em ir tocar nas teclas que tantas vezes tinham sido tocadas pelos teus dedos, para me escreverem aquelas palavras.
Tu sabias quais.

Vieste por trás de mim e abraçaste-me.
Senti a tua respiração na minha nuca, o aperto dos teus braços que me envolviam. E de repente apercebi-me que tinha deixado de tremer, abandonando no chão a mala que segurava firmemente nas mãos até então.
Entrelacei os meus dedos nos teus, e voltei-me, ficando frente a frente contigo.
Eras um pouco mais alto que eu, mas eu sabia que essa diferença se acentuaria mais quando eu tirasse os meus sapatos. Gostava da ideia de te abraçar e encostar a cabeça junto ao teu coração. Ouvi-lo bater.
Os beijos eram ternurentos e preenchidos de desejo, e a cada aproximação nossa aumentava a necessidade de te ter ainda mais perto. Dentro de mim.
Queria-te em mim.

Pegaste-me de nova na mão e fizeste-me seguir-te. Encaminhaste-me para um quarto.
Estava escuro e enquanto os olhos se habituavam à penumbra, despertei outro sentido.
Cheirava a ti. Ao teu perfume. E senti-te ainda mais perto. Senti-me a respirar-te.

Acendeste o pequeno candeeiro que descansava ao lado da cama, e pude apreciar aquela divisão. Era como a sala. Minimalista, masculina. E forte. Um enorme quadro estava pendurado à cabeceira, e fiquei fascinada com a pintura. Era um corpo feminino, voluptuoso, algo abstracto, que posava numa forma bastante sensual, e pensei que eu poderia ter servido de modelo àquele artista.
Senti os teus dedos deslizarem pelas minhas costas, e a tua boca no meu pescoço. Arrepiei-me.
E ouvi-te, pela primeira vez, dizer o meu nome.

Não te queres sentar? Perguntei

Afastaste-te de mim, sem deixar de me fixar, e sentaste-te à beira da cama, com o corpo apoiado nos braços que pendiam para trás. Sabia que estavas excitado, mas até agora tinha resistido ao impulso de te tocar. Queria que aquele momento se prolongasse ao máximo.
A um metro de ti, iniciei então o processo de me despir.
Sabia que os meus movimentos não primavam pela graciosidade, mas pelo menos tentaria. E na pior das hipóteses, conseguiria arrancar-te um riso que, bem vistas as coisas, até daria uma certa graça e serviria para quebrar o gelo.
Acima de tudo, sentia-me à vontade.

Desabotoei lentamente a blusa que trazia, deixando-te ver a lingerie preta por baixo dela, e deixei-a ficar aberta sobre o corpo.
Sem parar de te olhar, e afastando a tua mão que insistentemente procurava tocar-me, por entre alguns Não que se seguiam de um sorriso maroto, deslizei a minha mão pelo meu peito e pelo ventre, demorando-me um pouco enquanto acompanhava com gemidos.
Passei para a parte de baixo e introduzi a mão dentro das calças. Desabotoei-as e voltei a entrar com a mão, desta vez mais fundo, desta vez tocando-me.
Estava toda molhada e quente, e mergulhei um dedo nos meus fluidos, retirando-a de seguida e dirigindo-a à tua boca.
Desenhei com esse mesmo dedo, ainda molhado, o contorno dos teus lábios. E rapidamente a tua língua lhe tocou, lambendo-o.

Retomei o que estava a fazer. Despir-me para ti.
Voltei-me, ficando de costas, e lentamente deslizei as calças para baixo, debruçando-me e deixando o meu rabo a poucos centímetros da tua cara.
A tanga, também preta, não tapava nada e tu deliciavas-te com tanta carne exposta.
Deixei-te tocar-me. E trincaste-me uma nádega.

Rapidamente me puxaste para cima de ti, e deitaste-me na cama. A tua boca percorria o meu corpo, ora por cima da lingerie, ora em cima da pele. E eu delirava.
Os corpos estavam quentes. Ambos. E comecei a despir-te, desabotoando a tua camisa azul e as calças de ganga.
Finalmente toquei na tua tesão. E como estava grande…
Meti a mão dentro dos boxers, e senti o teu calor na minha pele. Uma gota de um líquido translúcido jorrava de ti. E tive vontade de o sorver.

Provei-te.
Chupei-te.

E fiz-te vir.

17 comentários:

piggy disse...

Diaba, pra ti duas palavras:

Vai pó c******o!!!

DC disse...

lol piggy
se eu não soubesse o porquê, até iria levar a mal ;)

doida!

DC disse...

umagaija, é bom ver-te por aqui ;)
ainda bem que gostaste
beijo

F.A disse...

Tou sem palavras...tou com inveja,só a mim nao me arranjam conferencias,nem encontros no wc e depois escurssão a predios sombrios(tou a fazer beicinho!)
Se quero alguma coisa tenho que ser eu a inventar e a por em pratica,nao há nada como um homem despachado!Tambem quero um!

DESIRE disse...

Uiiiiiiiiiiiiiii que texto sedutor! Adorei!
Beijos Prometidos!

A Silenciosa disse...

Descrição excitante, provocante, que nos faz sentir no mesmo papel.

Muito bom.

Anonymous disse...

Olá Diabinha!

Já me disseste uma vez que o teu talento não era a escrita (e eu na altura não acreditei em ti)!

Mas agora tenho mesmo a certeza... tu escreves mesmo bem! Confesso que começo a ficar fascinado com a forma como escreves. É uma forma de expressão muito sexy. PARABÉNS!

Podes ter a certeza que tens capacidade para publicar um romance... não tenho qualquer dúvida sobre isso! Vou continuar a visitar o teu “cantinho”!

Beijinhos!
João

PS - Da próxima vez que for a um congresso vou-me lembrar do teu texto! :):):)

Shelyak disse...

pois terei que ficar na plateia...uiiiii
:)))

Silk disse...

Vejo que conheces a sensação de ter o diabo dentro de ti....Não resisto a passar aqui e assinar mais um pacto....Com ele.

Este texto é de alta qualidade.

Bj.

DC disse...

joão, fico agradecida pelas tuas palavras. é bom saber que o que escrevo agrada. :)

espero que continues a visitar-me, e também espero corresponder às expectativas, se bem que me seja cada vez mais difícil "inovar"

no teu próximo congresso não te lembres apenas do texto. lembra-te também que eu posso estar lá... ;)

beijo

Anonymous disse...

Huummmm... Prometo que vou estar atento no próximo congresso!!! :):):)

Li apenas "na diagonal" o teu último post, mas é um tema sobre o qual já trabalhei em tempos! Qualquer dia envio-te essa "surpresa" para o teu "livro de reclamações"!!! :):):)
Vou ler melhor o teu post (ou seja, com mais tempo) e seguramente que farei um "comentariozinho" mais desenvolvido!

Se gostas daquele tema dá uma vista de olhos nesta referência:

GIDDENS, Anthony (1995), Transformações na intimidade: sexualidade, amor e erotismo nas sociedades modernas. Oeiras: Celta Editora.

Continua a dar-nos o prazer de ler os teus textos!!! :):):)

Bjs
João

DC disse...

hum... temos aqui um entendido na matéria? :D
fico a aguardar a "reclamação"

beijo

Anonymous disse...

Dear devil

Entendido na matéria? Nem pensar... :):):)
Já li com atenção o teu último post e a entrevista é excelente!
Já agora, na revista vem referido o nome deste livro?

Esse “novo” tipo de amor que o autor brasileiro refere, seguramente mais igualitário e “saudável” (por comparação com o amor romântico), é definido por Giddens como “amor confluente”. Se tiveres interesse sobre esta temática não deixes de ler o livro que te referi anteriormente. Acredita que não é tempo perdido! No tal “trabalhito” ainda conseguimos encontrar mais 3 categorias de amor (além das duas já referidas).
Mas para receberes a “reclamação” tens de fazer por merecer!!! :):):)

Já estás a escrever um novo texto para nós?

Bjs
João

DC disse...

o livro chama-se "Uma história de amor... com final feliz". não sei se vinha na entrevista, pois recebi esse texto por e-mail, tal e qual como publiquei. mas fiz uma pesquisa ;)

agradeço a dica do livro de Giddens!
tenho de fazer por merecer a reclamação?? depois de tudo o que eu faço por vocês?? lol :P

ainda não me aventurei em mais nenhum texto. geralmente é assim... começo a escrever sem linha definida e quando menos espero.
beijo

Anonymous disse...

Diabinha,
Obrigado pela referência, bem como pelo trabalho de pesquisa! Fico-te a dever esta... :):):)

Tens razão... depois de tudo aquilo que fazes por nós não merecias "ouvir" isto! Sorry!:(:(:(

Bjs
João

Break Silence disse...

Hmmm sera isto um desafio?

Anonymous disse...

Bem fiquei fascinada com o teu blog!És a voz da mente das pessoas..

Gostei da parte do provei-te, chupei-te e fiz-te vir, com a frieza necessária!!lindo