quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

First date

O dia amanheceu negro.

Merda, que vou vestir?

Os planos de ir com uma roupita leve e sexy capaz de arrancar o lado de trolha ao mais tímido rapazola de aldeia, caíram por terra. Amedrontada com o frio e a chuva (e com uma vozinha a martelar ao ouvido a dizer que camisolões de gola alta não são sexy’s – ou seria a dida?) escolhi o mesmo de sempre. Uma simples camisa. Com a diferença de não ter apertado um botão.
Ou seriam dois?...

Com três pares de meias de liga na mão, olhava para elas sem saber quais usar. Lisas ou de rede? Pretas ou neutras? Examinei a primeira. Uma malha puxada. Examinei a segunda. Igual. Vou para a terceira, já a pensar para que raio queria eu as meias de liga. Nada feito, tudo num estado deplorável!

Foda-se!

Nada de meias sexy. Pego no primeiro par quente que encontro. Às riscas, pelo joelho.

Que se lixe!

Já que não dava para brincar muito com a roupa, esmerei-me com a maquilhagem. O resultado foi razoável. Acho eu.

É claro que é importante o primeiro contacto físico/visual com uma pessoa. Queremos mostrar-nos no nosso melhor e as dúvidas e receios são a ordem do dia.

Nota: repararam que eu não falei da minha roupa interior?

Rumo à Capital para o tão esperado encontro, tentava pensar em tudo menos naquilo. E de vez em quando também prestava atenção à estrada, vá. Cheguei inteira.

Cumprindo o combinado, com um ligeiro atraso (not my fault!), vislumbrei-o no meio de tantas alfaces, frescas como só elas (se calhar era da chuva que só não caia torrencialmente porque alguém lá em cima teve consideração pelo facto de eu estar enregelada).

Esbocei um sorriso disfarçado daqueles que não dá para esconder de modo algum (não sei se ele viu) e tentei esconder-me debaixo do guarda-chuva. (Eu tenho a mania que sou pequenina e ninguém me vê. Fazer o quê?)

Quando se aproximou, fixou-me nos olhos.

Transe.

Cumprimentou uma princesa.

Cumprimentou a culpada do atraso (not me).

Cumprimentou-me a mim. Senti-me importante. Deixada para o fim!

Gostei quando me puxou para si, depois de um carro me ter despejado 5 litros de água em cima.
Gostei quando me pediu para me agarrar a ele e partilhar o seu guarda-chuva.
Gostei quando me parou no meio da rua e me beijou... esperem… Isto é só mais adiante!

Sentámo-nos frente a frente. Mudos. Sorridentes. Algo nervosos.
Não tirava os olhos de mim.

Deves pensar que esse olhar funciona comigo, deves…

Porque estás a olhar tanto para mim?

Deu-me a mão. Entrelaçámos os dedos. Parecíamos amigos muito próximos. Talvez namorados.

A conversa fluiu, sobre tudo e sobre nada, sempre contando os minutos. Nunca uma hora me pareceu passar tão rápido.
Fiquei triste quando disse que ia pagar. Levantou-se e foi até ao balcão. Enquanto eu vestia o meu casaco, fiquei especada a olhar para (o rabo d)ele.

Nota: chegue-se à frente a primeira pessoa que nunca apreciou de esguelha o corpanzil de outra.

Saímos novamente para a rua. Continuava a chover. Alapei-me novamente ao braço dele. Sabia-me bem... e então ele parou-me (agora sim!) e beijou-me, ali, no meio da rua, com gente a passar, e possivelmente a pensar que éramos doidos.

Continuámos caminho, e ia eu submersa nos meus pensamentos (passávamos frente a um hotel e comecei a divagar em como era bom passar ali o resto da tarde), quando CAÍ na realidade.

A despedida foi breve. Mais um beijo, olhos nos olhos, e a dúvida se o voltaria a abraçar assim...

203 comentários:

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Dida Prazeres disse...

(pediste com jeitinho??? :P)

as tantas é porque não lavaste a loiça de ontem.......... digo eu que não sei de nada!! loool

luís disse...

Shiu... isso era para dizer? Mau... (Que loiça? a da xixa de maçã?)

Dida Prazeres disse...

( ... com anís!!! e não... não era essa... era a do jantar, mesmo!!! estupido!!!!!!!!!! :P)

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