Ela chegou a casa demasiado cansada, e só lhe apetecia um bom banho quente.
Assim que entrou em casa, foi de imediato recebida por Tommy, o seu cão, que abanava a cauda efusivamente.
Como era hábito, enquanto lhe fazia festas, ligou a TV programando um canal onde estava a dar as notícias. Atirou o comando para cima do sofá, e fez um telefonema para encomendar uma pizza.
O tempo de espera era mais que suficiente para ela tomar o tão aclamado banho.
Encaminhou-se para o quarto, despindo-se, abandonou as roupas em cima da cama e de seguida enfiou-se no duche.
A água batia forte em cima da pele, tirando aos poucos o cansaço de dentro do seu corpo e saiu do duche revigorada.
Quando tocaram à campainha, sinal esse que foi acompanhado pelos latidos de Tommy, ela estava no quarto aplicando o seu creme diário. Vestiu de imediato um roupão, cobrindo a sua nudez, e foi abrir a porta.
A figura que surgiu à sua frente despertou-lhe a atenção.
Um “Boa noite” melodioso saiu da boca de um moço bem parecido, bronzeado e de olhos claros, que envergava a roupa típica das entregas com um boné a condizer, e estendia-lhe a caixa da pizza com um sorriso estampado na cara.
Retribuindo o sorriso e o cumprimento, ela pegou na caixa e pediu-lhe para entrar e encostar a porta, pois o Tommy gostava muito de se escapulir. Ele obedeceu e aguardou que ela fosse buscar o dinheiro.
Enquanto ela remexia na carteira, ele passou uma rápida vista de olhos pelo apartamento. Tommy estava em cima do sofá fixando-o e abanando a cauda.
Quando os seus olhos recaíram sobre a televisão, ficou incrédulo, pois as imagens que passavam eram de um programa para adultos.
Um grande plano de uma cena de penetração estava escarrapachado no monitor, e ele não conseguiu evitar ficar engasgado com a situação.
Tentando não olhar, começou a trautear uma música enquanto os seus olhos percorriam tudo e evitavam o ecrã. Incluindo ela.
Talvez influenciado pelo clima lascivo que pelo canto do olho ia vislumbrando, não conseguia deixar de reparar que ela tinha o roupão semi-aberto, e deixava a descoberto mais pele do que era desejável.
Passou-lhe pela cabeça que ela estaria a ver aquele programa, e isso excitou-o. No entanto, também achou que aquilo seria uma loucura demasiado grande pois, no mínimo, ela poderia ter desligado a TV ou mudado de canal.
Quando ela finalmente se dirigiu a ele, ficando de costas para a TV, ele baixou os olhos e tentou disfarçar o nervosismo. Ela reparou que algo se passava. Entregando-lhe o dinheiro, os gestos dele pareciam desenrolar-se em câmara lenta.
Ergueu a cabeça e olhou para ele, que desta vez não foi capaz de evitar olhar para ela também.
Os olhos dele fixavam-na e, timidamente, ergueram-se em direcção à TV.
Ela seguiu o seu olhar, e gelou quando viu as cenas que passavam no monitor. Uma loura toda curvilínea estava a ser penetrada por um homem bastante abonado.
A televisão estava sem som e ela fez um ar de pânico quando se apercebeu do que estava a acontecer. Sabia que tinha sido Tommy, nos seus saltos em cima do sofá, que tinha mudado de canal pisando o comando. Mas isso agora não interessava. O rapaz das pizzas devia pensar que ela estava a ver aquilo e sentiu uma onda de calor ruborizar-lhe as faces.
Olhou para ele como que a pedir desculpa, tentando balbuciar palavras que pudessem explicar a situação, mas o olhar dele estava carregado de erotismo, e fez com que ela se sentisse excitada.
Vislumbrou um alto nas calças, denunciando uma erecção, e teve vontade de lhe tocar.
Quando ele se apercebeu da receptividade dela, beijou-a. Primeiro a medo e depois com uma violência tal que ela só conseguia responder da mesma maneira.
Encostou-a à parede e beijou-lhe o pescoço, enquanto as mãos dele abriam caminho por entre o roupão. Beijou-lhe os seios, os mamilos e a barriga, enquanto ela se contorcia de prazer e passava uma vista de olhos pela TV. A loura estava em cima do homem, de costas para ele e com as pernas bem abertas. Vendo aquilo, ela teve vontade de que ele a penetrasse.
Com um gesto seco afastou-o, despiu na íntegra o roupão, que era a única peça de roupa que trazia, e encostou-o à parede, acariciando-lhe o sexo por cima das calças.
Sem parar de a beijar, ele desapertou as calças e baixou-as. Içou-lhe uma perna e penetrou-a.
Quando o prepúcio tocou nos lábios da vagina dela, sentiu o calor molhado dos seus lábios, aumentando o desejo de a atravessar de um lado ao outro, com força. Apesar de alienado devido ao desenrolar dos acontecimentos, estava demasiado excitado para parar.
Estavam ambos absorvidos por uma busca de um prazer, ao início estranho, mas depois animalesco.
E era bom.
Depois daquele acto tão carnal, e deitados no chão em cima de um tapete, olharam um para o outro, ofegantes.
Sem saber muito bem o que fazer, ela sorriu e disse
“Olá! Sou a A.”
“Muito gosto A., sou o R.” , respondeu ele, e continuou, a medo e um pouco embaraçado “Isto foi completamente inesperado…”
“Pois foi”, disse ela. “E a culpa acho que foi do Tommy…”
“Se calhar é melhor ir indo” disse ele, um pouco nervoso.
“Sim” concordou ela, levantando-se de seguida e cobrindo a nudez com o roupão.
“O meu turno acaba dentro de uma hora… e se calhar…” hesitou ele.
“…podes voltar cá para nos conhecermos melhor” completou ela
“Era boa ideia!”
Despediram-se com um sorriso nos lábios.
“Então até já!”